terça-feira, 24 de maio de 2011

As dificuldades de gerir um curso de Engenharia.

Da Seletiva a Didática.

  O mercado de trabalho tem sido generoso com a nossa área. Mas o mesmo desempenho não pode ser repetido por todas as instituições de ensino.  De um modo geral,o numero de universitários no Brasil aumentou nos últimos anos, em 15 anos, triplicou. Esse crescimento também é visto na Engenharia Civil. Mas qual seria a preocupação nossa com esse fator? QUALIDADE.  
  Preocupados em obter lucros com o curso, a maioria das universidades particulares que detêm 70% das matriculas totais de todas as graduações no Brasil, acabam dando um ‘enfoque’ maior na Engenharia Civil, que através de fatores como alta demanda de alunos, mensalidades baixas, gera um desconforto não só do acadêmico, mas até do corpo docente. Hoje, várias universidades no Brasil oferecem um numero grande de vagas, e sabe que as mesmas vão ser preenchidas. Com o BOOM do mercado de trabalho, muitos procuram o curso de engenharia por pura afinidade econômica. O que isso gera? Uma qualidade inferior de alunos. Nós do blog, não estamos sendo infundados, mas sim categóricos ao afirmar que o curso de Engenharia Civil NÃO É  PRA QUALQUER UM. Mensalidades baixas, alto numero de alunos, isso ameaça diretamente a qualidade de ensino. 
  Há muito relatos de professores que acabam desestimulados em aplicar o conteúdo já que uma grande parte dos alunos nos primeiros semestre acaba apresentando pouca desenvoltura. Isso é prejudicial ao restante dos alunos que acompanham com dedicação as aulas. Aí que o quesito seletiva pesa muito. Selecionar alunos não é um ato negligente com o restante, mas sim um quesito institucional, onde prevalece à preocupação com a continuidade do curso, e principalmente, um modo de assegurar que a nota do ENADE possa classificar o curso apto a formar profissionais de qualidade. Pra isso que o exame foi criado, pra assegurar que universidades mantenham um padrão.
  Mesmo com o ENADE, hoje empresas apresentam dificuldades de contratar profissionais de qualidade. Muitas acabam optando por reintegrar engenheiros já aposentados, ou até mesmo trazer de fora do país.  Aí que se confirma um dado que pesa muito. Se precisa de 70 mil novos engenheiros no Brasil todo ano, e só se formam 38 mil. Mesmo com tantos ingressantes, se forma sempre abaixo da meta. Essa é a hora das universidades começarem a pensar na qualidade de ensino. E essa cobrança só pode ser feita por você, aluno. A realidade brasileira não permite formar o mesmo numero de profissionais da área que um pais de primeiro mundo.  Se pegarmos o histórico de investimentos feitos em educação nos últimos anos, vemos que não é por acaso.  E vem desde a base primaria. Assegurar que esses erros  não se perpetuem ao ensino Superior seria o grande desafio. Com isso a base seria boa e a qualidade dos alunos ao chegarem à faculdade seria melhor. Nunca Engenharia Civil foi tão procurada. Cabe as universidades garantir parcialmente que esse momento continue.  A  infra-estrutura depende da engenharia, tal como engenharia depende da infra-estrutura.

Um comentário:

  1. Se o governo parasse de ser medíocre e realmente se preocupasse com a sociedade, que é o principal fator de se ter um governo, não estariamos tão atrasados em relação à outros países. educação é uns dos, se não o principal fator de crescimento de um país, o futuro depende dos que estão hoje estudando, e se não recebem educação de qualidade, vão acabar indo para outros países o que prejudicará ainda mais a economia do Brasi.

    ResponderExcluir